Uma noite na taverna, une nuit de nostalgie.

Posted by Le Masque Noir

Já se findara o dia. O sol baixava calmamente na linha do horizonte. No céu a luz ainda se confundia com as sombras, os pescadores voltavam satisfeitos com o bom dia. Mas alguém ali ainda não provara da sensação de dever cumprido. Os cabelos coloridos de fogo pelo pôr-do-sol dançavam ao sabor dos ventos, os sussurros vinham do cais, a sombra alaranjada de uma mulher se projetava no chão, era ela, Pandora Von Teese.
ELA

Ninguém sabe quantas lágrimas ela carrega por detrás da máscara, ninguém sabe da máscara...
Já não havia mais sombras do dia, já não havia ninguém ali.

O brilho! As luzes! Le nuit! Começava a brilhar a cidade-luz. Pelas ruas desfilam os jovens senhores em busca de diversão, as luzes de Moulin Rouge já estão acesas, carruagens enfeitam as ruelas, toda ostentação da Belle Époque.

Em meio a penumbra Pandora vagava, era um ponto pálido, tão pálido quanto a neve, os cabelos emolduravam-lhe o rosto, como se houvesse ali um véu. Seus traços eram finos, não seria exagero que eu a descrevesse como um ser da nobreza, de traços reais. A boca carmim lhe marcava um largo, branco e enfeitiçante sorriso. Comumente alguns talvez se perguntem quem sou eu. Bem, creio que essa ainda não é a hora de vos falar acerca da minha pessoa, é preciso ritos. Quanto a ela?! Ôh sim, Pandora caminhou até a taverna próxima ao cais. Dizem que ali se serve o melhor vinho do porto, muito embora, aquele não fosse lá um local tão freqüentado por damas, com exceção de uma ruiva que eu via sempre por lá,dizem que ela morreu, mas, nunca se sabe.

A ENTRADA DA TAVERNA



- Boa noite Mademoiselle! Pigarreou o taverneiro em sotaque francês. - O que trás uma dama como a senhora a um lugar como este?

- Procuro por uma pessoa.

- Procuras por alguém aqui?

- Sim, além disso, disseram-me que aqui se servia o melhor vinho da cidade.

- Oui Mademoiselle, modéstia parte, temos uma boa adega. Mas, perdoe-me a indiscrição da pergunta: por quem procuras?

- Petrus, é o nome dele.

- Petrus... Humm... Petrus... O taverneiro ficou a pensar por alguns segundos. - Não me recordo de nenhum Petrus Mademoiselle, mas conheço alguém que possa saber. Jimm.! - chamou ele.

- Pois sim, senhor.

Jimm. era um gigante de aparência viking que trabalhava na taverna.


FOTO DE JIMM.



- Por acaso se recorda de algum cavalheiro chamado por nome de Petrus?

- Ora! Veja lá... Humm... balbuciou ele. - Nunca ouvi falar.

- Bom, senho...

- Senhorita! - Ela completou.

- Certo. Vejo que aqui não há modos de encontrares quem procuras, mas ainda há os vinhos, qual lhe agrada o gosto?

- O melhor da casa.

- Por aqui temos dois. Um de nome muito estranho, costuma ser tomado apenas por um cavalheiro que sempre nos visita, é o Bloody Mary. Temos também vinho do porto.

- Fico como Bloody Mary.



Jimm. Desceu a adega e trouxe o vinho como o pedido, apanhou uma caneca na bancada e já começava a servir. Novamente pigarreou o taverneiro a pedir que fosse trazida a taça. Era um insulto quase profano, entregar para tal bela criatura algo tão rústico, ela merecia mais.

Ela sorvia cada gole como se ali ela tivesse encontrado mais que procurava. Deixando uns tostões embaixo da taça, ela se foi.

Dois marinheiros que a acompanhavam sedentos com olhar durante toda a sua estadia na taverna, a seguiram enquanto ela se retirava do estabelecimento, eles a cortejavam indecentemente se aproximando cada vez mais... Mais e mais perto... Os movimento pararam, não pude acompanhar tão de perto, muito embora ainda fosse responsável por ela, eternamente responsável... Era preciso tempo, esse era o tão necessário tempo! Talvez algum dia ela soubesse, algum dia quem sabe... Mas! Meus caros, não se entusiasmem tanto em me conhecer, cada um usa a a máscara que mais lhe adequa.

Brilhou à meia-luz um punhal, senti que a fera não tardaria a surgir, mas ela bem sabia sobreviver. De relance vi que os marinheiros murmuravam dores no chão, e ela, num riso irônico e até zombeteiro lhes disse:

- Senhores, não devem lamuriar-se, pois, já lhes devia ser comum saber que, uma mulher ferida é mais forte que mil homens armados.

Havia sangue na lua, sangue em Paris... Ela seguiu seu caminho.





NOTA: Está é uma série de contos baseado no jogo “Vampiro- A máscara” de Mark Rein·Hagen , do qual joguei apenas uma sessão. Alguns dos personagens, diálogos e lugares aqui mencionados foram de criação do narrador da sessão juntamente comigo, as demais coisas que aparecerão pertencem a uma ordem de fatos que eu determinei,fazendo as adaptações necessárias, sendo portanto de autoria minha.
Lembrem-se: "Um máscara só encobre um rosto, até o momento em que alguém se aventura a arrancá-la."

A Autora.

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0 tiraram a Máscara.

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